BRASÍLIA
- Um projeto de lei apresentado no Senado nesta semana propõe mudanças no
mercado de cartões de crédito e débito. O texto propõe que o comerciante poderá
dar descontos em relação ao preço base para diferentes meios de pagamento ou
para prazos de pagamento menores. "A fixação dessa diferenciação de preço
revelará aos usuários de cartão qual é o custo efetivo do seu uso,
diferentemente do que hoje ocorre, pois o usuário tem a ilusão de que os
benefícios que recebe pelo uso do cartão não têm custos associados, que são
gratuitos", argumenta o autor do projeto, senador Aloysio Nunes Ferreira
(PSDB-SP).
O senador
argumenta, na justificativa da proposta, que o mercado de cartão de crédito tem
características que geram "concentração e, consequentemente, poder de
mercado para as grandes empresas que nele atuam" e que a proposta visa
"dar condições de regular o setor".
A
proposta estabelece que, se a administradora de cartões oferecer programa de
recompensa aos usuários, deverá colocar à disposição deles a opção alternativa
de concessão de desconto, em porcentual sobre o valor efetivamente pago da
fatura, incidente sobre a fatura seguinte à do pagamento. Nesse caso, o
porcentual de desconto deverá ser idêntico para todos os usuários do mesmo
produto.
O projeto
ainda está longe de ser aprovado. Primeiro, será necessária a aprovação na
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, para então ser votado pelo
plenário da Casa. Depois disso, o projeto segue para a Câmara dos Deputados.
Caberá ao
Executivo, se o projeto for aprovado, definir "em termos de múltiplo da
taxa Selic anualizada diária, o custo total máximo das operações de antecipação
de pagamento de faturas concedidas aos comerciantes pelas credenciadoras de
cartões", além do valor-limite para a tarifa cobrada dos comerciantes
pelas credenciadoras de cartões, na hipótese de pagamentos com cartão de
débito, considerando, além de outros fatores relevantes, o grau de concentração
do mercado de credenciamento, os custos fixos e variáveis incorridos pelas
credenciadoras e a comparação internacional.
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